segunda-feira, setembro 28, 2009

Eleições: o meu pragmatismo

Tenho por hábito, e por princípio também, ser pragmático na análise das eleições, sejam elas quais forem. As legislativas de domingo terminaram com a vitória do PS sem maioria absoluta, facto que para a esmagadora maioria das pessoas era um dado adquirido. Caiu por terra a ideia de que o PS poderia fazer maioria absoluta negociando à esquerda, ou com o PCP ou com o Bloco. Mas o PSD, que tinha por objectivo ganhar eleições, perdeu-as porque não teve mais votos que o PS e porque não impediu que Sócrates fosse primeiro-ministro, apesar de ter perdido mais de meio milhão de votos e ter passado de 120 deputados para apenas 97 (mais provável) ou 98, contando depois os votos da emigração. Portanto, com o PSD a perder há um custo político. Não se pode deixar tudo na mesma, porque nada pode ficar na mesma. Basta na Madeira onde a oposição perde nas urnas, mas ganha sempre. E se as eleições autárquicas, que não são comparáveis, se revelarem na mesma linha, o problema do PSD deixa de poder esperar, para passar a ser urgente. Esta é a minha opinião, será sempre a minha opinião. Mas tenho a noção de que ela vale o que vale, apenas isso, uma opinião dispersa que não acelera nada, não resolve nada, nem decide nada. Mas não me adormeçam por favor. O PSD não aguentou a dinâmica de vitória das europeias, esqueceu-se disso, deixou-se iludir por euforias antecipadas, e esqueceu-se que as eleições são diferentes, com protagonistas diferentes. Entre as legislativas e as autárquicas, passar-se-á exactamente o mesmo.

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