terça-feira, maio 26, 2009

João Jardim: "O 7 de Junho é apenas a primeira das três fases de uma dura batalha política"

Com o título "Perguntas ao Povo Madeirense", Alberto João Jardim dedica o seu artigo no "Madeira Livre" (edição de Junho) ao ciclo eleitoral que se inicia a 7 de Junho com as europeias:
"Numa terra como a Madeira, onde a oposição ao poder político não é feita pelos Partidos com representação parlamentar, como seria devido, mas sim pela comunicação social que indevidamente viola as regras da Verdade, da Objectividade, da Independência, do Pluralismo e da Proporcionalidade, para quê votar em tais Partidos?
Numa terra como a Madeira, onde dos Partidos da Oposição não sai uma única ideia positiva, construtiva, desenvolvimentista, mas se limitam a usar e a papaguear o trabalho de jornalistas indevidamente transformados em militantes políticos, para quê votar nesses Partidos?
Numa terra como a Madeira, onde tal comunicação social que se substitui exoticamente aos Partidos da Oposição, submetida a interesses económicos e de natureza anti-democrática sinistros, mas cujos funcionários não possuem as qualificações académicas e culturais, nem um mínimo conhecimento, sobre as situações que abordam dolosamente, para quê votar nos Partidos da Oposição, cujo único “esforço” é repetir as asneiras e os ódios daqueles?
Tenho visto pessoas de fora, dos mais diversos quadrantes insuspeitos de qualquer afectividade política pelos autonomistas sociais-democratas, manifestarem o seu assombro com a situação que se vive na Madeira, de total incapacidade dos Partidos de uma Oposição fragmentadíssima, e de uma violência discursiva da comunicação social, aos mais reles estilos comunista e de extrema-direita.
E, o pior, é que há ainda quem queira responsabilizar o poder político regional por este estado de coisas - que só não é pré-revolucionário porque os seus intérpretes são uma pequeníssima minoria repudiada pelos sentimentos da população – em vez de, dentro dos Partidos e dos meios de comunicação social de sua propriedade, de uma vez por todas, procederem às requalificações democráticas e qualitativas que se impõem.
Constatar esta evidência, que desafio quem quer que seja a desdizê-la, também tem a ver com os três actos eleitorais que se seguem, já no próximo domingo, 7 de Junho, as eleições europeias.
Para quê votar nos Partidos de uma Oposição local, que nunca, antes, bateu tanto no fundo sob os pontos de vista de conhecimentos, de qualidade, de responsabilidade própria e de intervenção cívica?
Para quê votar nos Partidos da Oposição, nenhum deles com qualquer candidato em posição elegível para o Parlamento Europeu, só o estando o candidato do Partido Social Democrata?
Para quê o masoquismo de alguém se querer crucificar a si próprio, votando num partido socialista que tanto mal vem fazendo ao Povo Madeirense?
Para quê alguém se desprestigiar a si próprio, votando num partido socialista que afirmou – 7 de Maio de 2007 – que lhe era indiferente o voto do Povo Madeirense?
Para quê votar no sr. Vital Moreira, cabeça-de-lista do partido socialista, conhecendo-se o seu percurso político, conhecendo-se o seu rancor à Autonomia do nosso arquipélago, conhecendo-se o seu escrevinhar propagandista do regime de Sócrates – antes, fazia a propaganda, até à queda do império soviético, do estalinismo do partido comunista – conhecendo-se o seu “pensamento” de o novo Tratado Europeu não dever ser referendado pelo Povo soberano, porque “os Portugueses não o entenderiam”?
Para quê?!...
Para quê, num momento em que a Democracia em Portugal está tão débil e tudo será pouco para defender os Direitos, Liberdades e Garantias de cada Pessoa Humana, para quê votar em pequenos partidos fascistas, sejam eles comunistas ou o da extrema-direita?
Para quê votar em Partidos que não trabalham, apenas usam a comunicação social – é um “trabalho” diário de dois ou três minutos!... – e se limitam a repetir os disparates e a má-fé do tal “jornalismo” sem qualificações e comprometido com posições políticas anti-democráticas, totalitárias?
Para quê, pelo voto, alimentar situações que estão absolutamente fora da normalidade democrática de que a Região Autónoma tanto necessita, e são já, todas elas, evidentemente que do âmbito da Psicologia? E também do âmbito da subordinação, assim instrumentalizada, a interesses económicos e políticos, sinistros para a Madeira?
Para quê?!...
Alguém negará que o Partido Social Democrata da Madeira soube conduzir com proveito para o Povo Madeirense, a política de integração na União Europeia?
Alguém negará o que assim se conseguiu, e está à vista de todos?
Alguém negará a articulação impecável, na defesa dos Interesses Regionais, sempre entre a governação madeirense e os Deputados sociais-democratas que serviram no Parlamento Europeu?
Alguém negará a qualidade responsável de todos os candidatos pela Madeira, que o Partido Social Democrata vem propondo sempre para o Parlamento Europeu?
Alguém negará a posição e o prestígio que a Madeira conseguiu nas Instituições Europeias?
E, se coloco este escrito num estilo interrogativo, é porque não tenho o atrevimento e a falta-de-educação de me pretender substituir à Consciência de cada um.
É a cada Cidadão, a cada Madeirense e Portossantense, que cabe decidir em sua Consciência, Dignidade e Liberdade, o que deve fazer em cada acto eleitoral, sacudindo as pressões da propaganda maldosa.
É uma questão de Justiça intelectual.
Que o Povo Madeirense, na sua livre e legítima diversidade e pluralismo, sempre soube manifestar.
A 7 de Junho, é apenas a primeira das três fases de uma dura batalha política, em que se joga muito do futuro da Região Autónoma.
Chegámos aqui, porque nos últimos trinta anos o Povo Madeirense soube ganhar por sobre todas as adversidades.
E a batalha começa a se ganhar, logo no primeiro embate".

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