sexta-feira, fevereiro 20, 2009

PS-Madeira: registo com a consciência tranquila (de sempre ter falado antecipadamente e com verdade)

Registei este texto de Jorge Sousa e Marta Caires, jornalistas do DN-Madeira - as "coisas" lidas ao longe têm outro sabor: "As mudanças no PS-M não se limitam a nomes. Depois de afastar Victor Freitas e Jaime Leandro da liderança da bancada parlamentar e do secretariado do partido, João Carlos Gouveia vai alterar todo o procedimento administrativo e financeiro dos dois órgãos. A partir de agora, o grupo parlamentar e o secretariado terão de prestar contas à Comissão de Fiscalização Económica e Financeira do PS-M. Uma medida que é justificada pelo líder com a necessidade de que "todos os órgãos do partido sejam fiscalizados". Gouveia reconhece que esta é uma "mudança profunda", mas que se torna necessária porque "ninguém deve ter o poder em roda livre". Uma referência que permite muitas interpretações. Esta alteração nos procedimentos financeiros não vem acompanhada de mais explicações, mas pode estar relacionada com um facto exterior ao PS-M. A não aprovação das alterações à lei orgânica da Assembleia, entre as quais a possibilidade de transferências directas de subvenções para os partidos, pode estar relacionada com este facto. O 'jackpot' continuará a ser transferido para o parlamento, o que não permite a Gouveia um controlo directo. Soluções para o parlamento A mudança administrativa será uma das várias alterações que o presidente do PS-M irá apresentar, na reunião da comissão política de hoje. O líder socialista garantiu que já irá anunciar o futuro líder do grupo parlamentar e debater as orientações que serão dadas aos deputados na ALM. De nomes recusa-se a falar, "por respeito com os visados e com os membros da comissão política". Nos meios socialistas, no entanto, Bernardo Martins é dado como certo na presidência da bancada parlamentar, um lugar a que regressa. O ex-presidente da Câmara Municipal de Machico foi substituído, precisamente, por Victor Freitas. Desde o início da presente legislatura que tem tentado, sem sucesso, a eleição para a terceira vice-presidência da Assembleia Legislativa, um lugar a que o maior partido da oposição tem direito.Da mesma forma que Bernardo Martins é apontado para a liderança do grupo, André Escórcio é dado como certo na vice-presidência do parlamento. Uma situação que Gouveia não comenta, apenas garante que a indicação de um candidato ao lugar na Mesa será "da inteira responsabilidade do futuro líder parlamentar". O próprio Escórcio não só não comenta, como nem tem estado contactável. O mesmo acontece com Bernardo Martins. Independentemente das escolhas, o facto de Martins deixar de ser o nome para a Mesa agradará ao PSD, que nunca viu com bons olhos a sua candidatura.Com dois problemas resolvidos, sobra um: o vice-presidente do grupo parlamentar. Ao longo do dia de ontem, o nome de André Escórcio também foi apontado para esse lugar, mas a hipótese parece muito menos provável. Num grupo parlamentar reduzido, se retirarmos, por razões óbvias, Victor Freitas e Jaime Leandro, considerando certo o nome de Bernardo Martins para a liderança, sobram poucos: Carlos Pereira (independente), o próprio João Carlos Gouveia e Luísa Mendonça". Mas se continuo a achar que JCG se comportou correctamente na gestão deste processo, continuam a faltar duas explicações importantes para a opinião pública: uma, a essencial, que factores despoletaram estas decisões? E, agora, pelo que de possível gravidade pode a mesma conter, o que é que se passou, se é que se passou alguma coisa, para que JCG imponha estas novas regras em matéria de gestão financeira? O líder socialista tem de perceber algo que é fundamental: a gestão do processo político interno é uma coisa, a expectativa da opinião pública, particularmente dos eleitores socialista é outra. E acho que uns e outros devem continuar à espera de uma explicação de JCG. Ou não?

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