sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Baleias à espera de fumo branco na reunião da Comissão Baleeira na Madeira

Segundo a jornalista do Publico Ana Fernandes, "de científica, a caça japonesa à baleia nada tem. Ninguém tem dúvidas, mas esta desculpa é a única legal que resta ao Estado nipónico para continuar aquilo que alega ser uma tradição. Mas será? Em algumas comunidades costeiras, assim é. Mas, como nação, as raízes culturais da caça e consumo de carne de baleia remontam apenas até ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando, perante a falta de alimentos, os americanos sugeriram aos japoneses que comessem carne de baleia, como também aconteceu no Reino Unido na mesma altura. Hoje, esta prática persiste. Contra ventos e marés, sobretudo contra grande parte da opinião pública internacional. Porquê a teimosia? A explicação avançada pelos especialistas envolvidos na Comissão Baleeira Internacional (CBI) é apenas uma: orgulho. Restos da II Guerra?"A opinião pública japonesa não é necessariamente a favor da caça, mas é antes profundamente contra aqueles que se opõem a ela", avança uma opinião, ouvida numa recente reunião em Lisboa sobre o futuro da CBI. E quem são aqueles que se opõem? "Os que os derrotaram na Grande Guerra, por isso é que é tudo tão complicado", adianta outro.De facto, são os Estados Unidos - de uma forma até agora algo suave -, mas sobretudo o Reino Unido, a Austrália e a Nova Zelândia que mais têm batalhado para contrariar a prática japonesa. No seio da CBI, criada há 60 anos, as posições têm-se extremado a tal ponto que as discussões já não sobem do nível do insulto. Daí muitos começarem a questionar-se sobre as possibilidades de sobrevivência deste organismo internacional. Mas, sem ele, o futuro dos grandes cetáceos poderá não ser brilhante".

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