sábado, janeiro 03, 2009

As oito faces de Joaquim Coimbra

Com este título publica hoje o Expresso uma reportagem com o empresário Joaquim Coimbra, sócio do antigo deputado e empresário madeirense Sílvio Santos nalguns empreendimentos, incluindo no paralizado Columbus Resort no Porto Santo, e por alguns apontado como uma bóia de salvação deste último: "Dois «jackpots» consecutivos na indústria farmacêutica concederam a este empresário de Tondela uma dimensão nacional e abriram-lhe as portas da fama e da fortuna. Quatro anos depois, Joaquim Vieira Coimbra (JVC) surge como o accionista comum aos dois bancos portugueses (BPN e BPP) que correram mal. Nos dois casos, entrou por ter acumulado excesso de liquidez, numa altura em que diversificava investimentos e estruturava um conglomerado com participações em 70 empresas, distribuídas por oito sectores — indústria farmacêutica, refrigeração e painéis isotérmicos, finança, turismo residencial, energia, tecnologia, agro-indústria e comunicação social. Assenta a expansão dos negócios em parcerias como a que o liga ao grupo madeirense Siram, de Sílvio Santos ou à família Leitão Amaro na Nutroton SGPS (agropecuária). É um dos sócios do Colombo’s Resort, um projecto de 200 milhões em Porto Santo que ameaça acabar mal. As obras estão paradas e a Siram procura investidores árabes para viabilizar o empreendimento. Em 2008, a sua JVC Holding, SGPS decidiu aplicar mais 1,5 milhões no semanário ‘Sol’ e a Global Wines surge como candidata à compra das empresas de vinhos da Sociedade Lusa de Negócios (SLN). Indústrias do seu universo, como a Coldkit Ibérica (refrigeração), e sectores como as tecnologias ou energias renováveis continuam em forte expansão. No conjunto, as empresas em que participa facturam mais de 220 milhões. No entanto, a imagem distorcida que o país retém deste empresário-político é a de investidor financeiro. A indústria farmacêutica tornou-se residual, apesar de manter operações comerciais na Península Ibérica e ser sócio da cabo-verdiana Inpharma. “É injusto vê-lo como um investidor. Acima de tudo, é um empreendedor que gosta de criar negócios e apostar em projectos e pessoas em quem confia”, diz ao Expresso um seu parceiro de negócios. O sócio elogia-lhe o arrojo, mas admite que por vezes avalia os negócios com uma emotividade que lhe pode retirar discernimento. E é sensível aos apelos dos amigos. Terá sido este o caso da sua entrada no BPN. Coimbra é militante do PSD desde os anos 70 e pertenceu a várias direcções nacionais do partido. A curiosidade sobre o discreto empresário aumentara quando se tornou no patrão de Marques Mendes, após a sua derrota na corrida à liderança do PSD. Mendes conduz os seus negócios das energias renováveis (biomassa, fotovoltaica e energia eólica) e terá sido fundamental no envolvimento do empresário na fundação do semanário ‘Sol’.

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