segunda-feira, novembro 24, 2008

O 25 de Novembro e o PS

O PS anunciou que não vai amanhã à sessão comemorativa do 25 de Novembro, no parlamento madeirense, por entender que quem não comemora o 25 de Abril não deve comemorar o 25 de Novembro., Eu continuo a pensar que estas sessões não dizem nada ao povo, porque não passa de mais do mesmo, discursos para consumo interno, confirmação da conflitualidade partidária, retórica e nada mais do que isso. E quando falo de sessões parlamentares falo de todas, quer sejam sobre o 25 de Abril ou sobre o 25 de Novembro. Sou um defensor incondicional do 25 de Abril, porque sem a revolução, a Autonomia não seria uma realidade. Mas não somos ingénuos. Sem o 25 de Novembro, que desviou a revolução para nos rumos totalitários, igualmente centralizadores como o Estado novo fascista que acabara de ser derrubado, provavelmente nem sequer a Constituição de 1976 teríamos, e essa lei foi fundamental para a democracia, para a liberdade e para a autonomia portuguesa. Mas não sou capaz de dissociar – até porque vivi esses tempos conturbados mas inesquecíveis – o 25 de Abril de tudo o que mudou no nosso país e da Autonomia. Por isso, embora legítimo, acho estranho que o partido que outrora reclamou o 25 de Novembro como seu património político, o PS, se tivesse esforçado tanto ao longo do dia de hoje para que a oposição de esquerda, incluindo o deputado comunista do PND, alinhasse com a sua estratégia. Uma das formas de insistir, com persistência, na reivindicação dessa sessão parlamentar – já que a consideram tão importante e com tão enorme significado para a opinião pública madeirense – em meu entender, seria estar presente, em vez de voltar a cair no síndroma das conferências de imprensa que já se tornaram numa psicose para o PS.

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