sexta-feira, março 28, 2008

Imprensa sob pressão: As dinâmicas competitivas no mercado da imprensa escrita portuguesa entre 1985 e 2007

Sandro Mendonça, David Castro, Pedro Cavaco e Gonçalo Lopes foram os autores do estudo com o título acima referido, divulgado pelo “OberCom” no final do ano passado: “Este estudo retratou o sector da Imprensa, e fez a análise da evolução da estrutura de mercado da Imprensa e suas dinâmicas competitivas ao longo do período de 1985 a 2007. O sector da Imprensa debate-se na actualidade com um vasto conjunto de ameaças inerentes ao contexto em que se insere o que condiciona a actividade de suas empresas. Por outro lado, e paralelamente a essas ameaças, também existe um conjunto de oportunidades e desafios que urgem ser aproveitados. Ao analisar a envolvente microeconómica da Imprensa concluí-se que, na actualidade, as forças que actuam sobre esta indústria são muito intensas o que torna o sector menos lucrativo e restringe a competitividade de suas empresas. No que respeite ao crescimento do sector, e nos termos do “mercado relevante” estudado, verificámos que a maioria das publicações se encontra em quebra ao nível da circulação paga, com destaque para os diários de informação geral que entraram pronunciadamente em fase de declínio na transição de 2004 para 2005. De um modo geral constatámos que a maioria dos segmentos do mercado da Imprensa se encontra numa fase negativa em termos de crescimento, tal como a circulação paga global do mercado medida em termos médios. A excepção neste cenário negativo é a Imprensa gratuita que está em clara fase de ascensão. Concluí-se igualmente que o sector da Imprensa nos últimos anos se tem caracterizado pelo aumento da concorrência e uma maior rivalidade entre as empresas ao nível da disputa de mercado o que nos é indiciado por uma diminuição da concentração na globalidade dos segmentos estudados. O sector da Imprensa já conheceu melhores momentos mas, no entanto, é prematuro afirmar que estamos a presenciar o início do fim do jornal tradicional tal como o conhecemos. É verdade que as ameaças ao sector são mais reais que nunca e que este actualmente não é tão rentável como outrora, contudo isso não quer dizer que o sector não possa sobreviver na nova era digital assentando, porventura, noutro modelo de negócio. E quanto mais pensamos no sucesso dos jornais gratuitos mais nos questionamos se não passará por aí o futuro desta indústria”. Um estudo a ser lido, aqui.

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