terça-feira, maio 29, 2007

Assembleia da Madeira: Vice do PS não eleito (IV)

O PS tem que perceber, e as pessoas que acompanham mais de perto estas "guerras" parlamentares locais, não ser "desonestas", que Bernardo Martins tem vários anti-corpos no PSD e que um cenário bem pior do que aquele que aconteceu poderia ter sido possível. Mas adiante. Ao longo dos anos são conhecidas as "cenas" protagonizadas por Martins e pelo PSD - não as vou discutir agora. Na Legislatura anterior, Martins foi várias vezes protagonistas de situações politicamente radicalizadas com o PSD, foi protagonista atrasado do "caso" (?) da reunião de líderes – um assunto que não era com ele, mas que ele propositadamente decidiu aproveitar-se, para “picar” Jaime Ramos quando interpelava Miguel, Mendonça (o Ministério Público sabe...), participou junto do MP contra o líder parlamentar do PSD (eu próprio há semanas fui prestar declarações como testemunha dos factos), etc. Machico tem sido um “poço da morte” nesse radicalizar de posições. Martins sabia, o PS sabia, que ele não teria o voto do PSD. Mas o contrário seria rigorosamente a mesma coisa. Não se iludam, nem tenham dúvidas acerca disso. Depois, é preciso ter presente que o diferendo Isidoro-Martins, que culminou com a expulsão daquele do PS, teve o antigo Presidente do Grupo Parlamentar (acusado por outros deputados socialistas não eleitos de não os ter ”protegido” devidamente no processo de constituição da lista de candidatos) como um dos epicentros, a que se juntou o facto de ter pretendido forçar o Parlamento (inclusivé com recurso para a Comissão Permanente) a retirar o mandato de “independente” a João Isidoro. Com que argumento e legitimidade o PS queria o voto de Isidoro? Com que argumentos Isidoro teria que votar, quase obrigatoriamente, em Martins.
Neste contexto, é evidente que o PS sabe que nada exige que mantenha o mesmo candidato sob pena de tudo voltar a ser uma repetição da cena anterior – e podem crer que o PSD não alterará a sua posição. Mandaria o bom senso que outro candidato fosse avançado - João Isidoro falou em Escórcio. Parece-me que André Esc´+orcio n~´ao é do agrado dos actuais deputados, quando era suposto que fosse ele o candidato “natural” à Vice-Presidência da Assembleia depois das saídas de Serrão, Fino e Trindade. O desafio que eu faço é este - contrariando certos comentários na bloesfera por parte de pessoas que não sabe o que se passa e que se limitam a inventar ou especular: o PS que candidate Escórcio e depois a gente fala. Estamos entendidos? Obviamente que não vai fazer, porque Martins quer continuar a ser protagonista de um “caso” que vale o que vale - sabe hoje tal como sabia antes que não será eleito - e o PS pensa que esta “dramatização” vitimizante lhe dará alguma mais-valia eleitoral, ou política. Parece que ainda não aprenderam com o 6 de Maio!

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