segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Low cost 2

O passageiro que viaja em companhias aéreas de baixo custo para o Algarve é inglês, alemão ou irlandês, tem em média 43 anos, formação superior e rendimentos de cinco mil euros mensais, indica um perfil recentemente divulgado. O estudo intitulado «Caracterização e Avaliação do Negócio Low Cost (baixo custo) no Algarve», apresentado na Universidade do Algarve (UA), indica que os passageiros que viajam para o sul de Portugal são «casados, têm em média 43 anos de idade, um nível médio de rendimento de cinco mil euros por mês, formação superior, e pertencem a uma classe social alta». O período da estadia é em média de 10 dias, um período superior à média do turista nacional que fica seis dias, refere o estudo da UA, um documento encomendado pela ANA - Aeroportos de Portugal, que incidiu entre o Inverno de 2005 e o Verão deste ano. O passageiro «low cost» com destino ao Algarve reserva a viagem pela Internet com cerca de três meses de antecipação, recorre ao aluguer de carro para se deslocar na região (70%), pernoita em hotéis de quatro e cinco estrelas - os equipamentos que têm página na Internet - e 10% do universo questionado revela que tem vontade de adquirir casa própria, principalmente no sotavento algarvio.
As principais motivações do destino Algarve são: «a procura do sol, praia e segurança» e 8,5% dos inquiridos revela também a procura dos campos de golfe para praticar o desporto, concluiu ainda o inquérito feito a cerca de quatro mil passageiros que utilizam «low cost». Em 2005, as companhias «low cost» transportaram 41,2% de todo o universo de hóspedes com destino ao Algarve, colocando o aeroporto da região no 27º lugar dos aeroportos europeus em número de rotas «low cost» (top 50) e no quarto lugar em número de companhias (top 30).
«Já temos os clientes, agora é só desenvolver o negócio», declarou Heitor da Fonseca, vogal do conselho de Administração da ANA Aeroportos de Portugal, sugerindo a disponibilidade do Aeroporto de Faro para firmar parcerias com os agentes económicos e do sector do turismo algarvios. Os voos de baixo custo em 2005 representaram 48% do tráfego total do Aeroporto de Faro (tráfego tradicional, charter e low cost) e 76% do tráfego regular. O modelo de negócio das companhias aéreas low cost - no Algarve há 16 a operar - regem-se pelo baixo-custo das operações, sem mordomias (não são servidas refeições), voos de curta duração (até 1500 quilómetros) e poucos modelos de aviões para facilitar a manutenção. A utilização da Internet para fazer as reservas, o uso de aeroportos menos condicionados, bilhetes e tarifários simples (uma simples folha impressa do computador é o bilhete que se apresenta no aeroporto) são as fórmulas de distribuição das viagens das low cost.
Adriano Pimpão, o responsável pelo estudo «Caracterização e Avaliação do Negócio Low Cost no Algarve», explicou que a «liberalização do mercado das companhias aéreas (1997), conjugada com a mudança de valores e atitude das pessoas perante o lazer, adoptando short-breaks (mini-férias), são factores que ajudaram ao aumento das viagens de avião». Sobre o impacte económico gerado pela companhia aérea «EasyJet» no turismo e economia do Algarve, estima-se que se obtenham em 2006 receitas entre os 584 e os 633 milhões de euros «que poderão traduzir um acréscimo do rendimento regional da ordem dos 9,83%. Caso se mantenham as actuais condições, em 2009 o encaixe financeiro poderá ascender a 897 milhões de euros, dos quais 84% serão absorvidos pela região, principalmente nos concelhos de Loulé (30%), Lagoa-Lagos (25%) e Albufeira (24%).
Fonte: Portugal digital

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